DOMINGOS PEREIRA DA SILVA, PRESIDENTE DO SINTEGO

DOMINGOS PEREIRA DA SILVA, PRESIDENTE DO SINTEGO (2005-2008)

Quem vê essa estrutura que o SINTEGO tem hoje provavelmente não sabe como começamos. Nossas reuniões eram sempre muito pequenas, com poucas pessoas, muitas vezes amedrontadas e assustadas. Nossos primeiros congressos eram feitos nos Colégios, a gente se ajeitava sabe-se Deus como. Teve um congresso em que tinha formiga pra todo lado, ninguém conseguiu dormir.”

 DEPOIMENTO

 Sou natural de Araguaína, que até 1988 era Goiás e depois virou Tocantins. Mas foi em Aparecida de Goiânia, onde cheguei em 1977 para estudar e trabalhar, que comecei minha vida profissional como professor do Educandário Alfredo Nasser no ano de 1980.

Do meu primeiro contato com o CPG, eu me lembro como se fosse hoje. Foi numa assembleia no Ateneu Dom Bosco. Em 1982, fui com o CPG para o 1º Congresso Nacional dos Professores Brasileiros em Natal (RN). De Goiânia fomos em seis ônibus, uma experiência e tanto.

Daí pra frente, comecei a ter uma participação cada vez mais ativa no movimento dos professores. Participei, na segunda metade da década de 1980, dos esforços para criar o SINTEGO. Isso só foi possível após a Constituição de 1988, porque antes era vedada a organização sindical para funcionários públicos.

Uma coisa muito bonita dessa luta sempre foi a solidariedade. No começo não tinha grana, nem estrutura. O CPG não tinha nenhuma fonte de renda, era tudo na base da vaquinha. Pra fazer reunião no interior, as viagens eram só com a passagem de ida. Chegando em uma cidade, pra comer e dormir a gente dependia da companheirada de lá. E pra voltar, tinha que correr o chapéu.

Quem vê essa estrutura que o SINTEGO tem hoje provavelmente não sabe como começamos. Nossas reuniões eram sempre muito pequenas, com poucas pessoas, muitas vezes amedrontadas e assustadas. Nossos primeiros congressos eram feitos nos Colégios, a gente se ajeitava sabe-se Deus como. Teve um congresso em que tinha formiga pra todo lado, ninguém conseguiu dormir.

Hoje nos Congressos do SINTEGO vejo gente reclamando do quarto duplo com ar condicionado, e fico pensando: “esse povo não faz ideia do que já passamos.” Felizmente sempre contamos com o apoio de outras entidades.

Durante muito tempo, o CPG funcionou numa sala cedida pelo Sinpro/GO, no oitavo andar do Edifício Moacir Teles. Era lá que a gente recebia nossas correspondências, fazia nossas intermináveis reuniões. Só muito depois é que fomos para uma casa alugada na rua 21, e foi lá que tivemos a iniciativa de organizar um dormitório, um embrião da Casa do Professor, para acolher o pessoal que vinha do interior.

Tudo isso pra mim foi uma grande escola, tanto no CPG quanto no SINTEGO. Comecei como militante, fui dirigente, vice-presidente e presidente do SINTEGO. E eu tenho muito orgulho disso, porque o SINTEGO sempre fez com que outras entidades também se fortalecessem junto conosco. Agora, nesses tempos duros que vivemos, eu sei que o SINTEGO não vai fugir da luta.

Para isso, precisamos conhecer mais da nossa história, investir em formação, se preparar para a resistência. Parabéns, portanto, à nossa diretoria por esse projeto do Memorial do Sintego. Com ele, resgatamos a nossa memória, celebramos nosso legado e nos equipamos melhor para os próximos embates da caminhada.

Deixe uma resposta

Rolar para cima